A FUGA DA MORTE
8 E surgiu um cavalo amarelo e o seu
cavaleiro, sendo este chamado morte; e o inferno o estava seguindo, e lhes foi
dada autoridade sobre a quarta parte da Terra para matar à espada, pela fome,
com a mortandade e por meio das feras da Terra.
Apocalipse de JESUS, segundo São João, cap. VI:8.
São João, evangelista, escritor, repórter, profeta, jornalista e apóstolo de JESUS
Obra de Juan Sánchez Salmerón (1666-1688),
pintor mexicano.
Eu vi a morte fugindo
Com toda pressa da Terra
Porque aqui nela
Não está podendo ficar;
Visto que neste plano
Só ficará o Ser Humano
Que pratica o Bem,
Não precisando de ninguém
Para conduzi-lo mais além,
Pois toda a doença
Caiu na descrença
E ninguém quer saber dela.
“Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!”
Castro Alves (1847-1871), poeta
brasileiro.
Eu vi a morte apressada
Porque a alegoria do nada
Daqui foi retirada.
Eu vi a morte em correria
Porque o seu reino de fantasia
Aqui não é mais aceito,
Pois o homem não está mais sujeito
A tão triste destino.
Eu vi a morte em disparada
Porque foi despachada
Deste espaço.
Eu vi a morte tristonha
Porque não mais sonha
Com uma carreira planetária.
Eu vi a morte chorando,
Pois terminou o seu comando
Neste Orbe Terrestre.
O cavaleiro e o cavalo
Que tinham o poder da parca
Pegaram a sua barca
E navegaram por mares mortos.
“Donde vem? Onde vai? Das
naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.”
Castro Alves (1847-1871), poeta
brasileiro.
Toda a autoridade
Que esta Humanidade
Havia dado aos quatro cavaleiros,
Foi para outros terreiros
Bem distantes daqui.
“São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .”
Castro Alves (1847-1871), poeta brasileiro.
Os quatro cavalos que trotavam
Atrás das criaturas
No ambiente deste mundo
Foram expulsos pro submundo,
Onde somente uma quarta parte
Ainda está às voltas
Com o alguém que bateu as botas...
Então a Deusa Vida
Mantém com galhardia
Todo este belo cenário
Criado por JESUS, o CRISTO Planetário.
3 Todas as coisas foram feitas por intermédio
Dele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez: CRISTO JESUS.
Evangelho de JESUS, segundo São João, cap. I:3.
O CRISTO em Majestade
Obra de Fra Angelico (1395-1455), pintor
italiano.